Religião e Templos da China
A China possui uma grande diversidade de religiões, mas a maioria da população é taoista ou budista. Junto com o confucionismo, formam as três linhas filosóficas e religiosas principais na China. Elas convivem pacificamente entre os chineses, às vezes nos mesmos espaços ou nas mesmas mentes. Os cristãos são de 3% a 4% (crescendo), e muçulmanos, 1% a 2%. Oficialmente, a China é ateísta. Durante as reformas comunistas em meados do século 20, a prática religiosa foi proibida. Hoje, as religiões são, em geral, toleradas.
O taoismo provavelmente tomou forma como religião por volta do segundo século e estima-se que existam mais de 1.500 templos taoistas na China (veja quadro azul nesta página).
O budismo chegou na China há cerca de 2000 anos, vindo da Índia. Tornou-se a mais influente religião a partir do século 4. São mais de 13 mil templos no país e o budismo tibetano é o mais conhecido no mundo.
O islamismo chegou ao país no século 7, com seu auge entre os séculos 13 e 14. Estima-se que existam mais 30 mil mesquitas na China.
O influência católica atingiu a China algumas vezes após o século 7 e o protestantismo chegou no século 19. Existem mais de 4.600 igrejas católicas e mais de 12 mil igrejas protestantes no país.
Monge do Monastério do Buda de Jade, em Shanghai. O templo abriga duas estátuas de buda feitas de jade branco trazidas da Birmânia (Myanmar) no século 18.
A Igreja de Sanjiang, um templo cristão em Wenzhou, demolido pelo governo, em abril de 2014, após 12 anos de construção, alegando que o prédio era ilegal. O cristianismo vem crescendo rapidamente na China, mas tem muitos opositores.
Buda Gigante, em Hong Kong. Localizado no monastério Po Lin, ilha de Lantau. É uma estátua de bronze com 34 metros de altura e 268 degraus até a sua base, inaugurada em 1993.
Taoismo
O taoismo, ou daoismo, é um sistema filosófico religioso com base nos ensinamentos de Lao Tsé, que teria vivido no século 6 aC, e seu principal livro, o Dao De Jing (ou Tao Te Ching), o livro do Caminho e da Virtude.
O taoismo prega a aceitação e a concessão com relação à vida, compensando e complementando a austeridade e o rigor moral em que vivem os chineses. Acredita-se que tudo é composto pelos elementos opostos yin e yang. Saiba mais: Sociedade Taoista do Brasil.
Taoismo e Confucionismo: Existe certa dificuldade em se separar claramente o taoismo do confucionismo. Ambos têm origem na China, em épocas próximas, sendo que o taoismo é alguns anos mais antigo. As duas filosofias têm muito em comum quanto às ideias sobre o comportamento das pessoas e o entendimento do universo. Não raro os chineses são ao mesmo tempo taoistas e confucionistas. Acredita-se que muitas das ideias das duas filosofias originaram-se bem antes.
Taoismo e Budismo: Sendo um terceiro sistema filosófico que influencia o povo chinês, o budismo opõe-se ao taoismo em alguns pontos. Como exemplo, a não existência de um ego individual e da natureza ilusória do mundo material. Compartilha alguns conceitos sobre o comportamento humano. Mais: Budismo ►
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Os três caminhos filosóficos dos chineses. Um confucionista (esquerda), um budista (centro) e um taoísta (direita) dialogam pacificamente (Chinese Classic Art Publishing House).
Os três pagodes budistas de Dali e as montanhas de Cangshan, ao fundo, na província de Yunnan. Qianxun Ta, o pagode do meio, possui base quadrangular, 16 andares e 70m de altura, construído no século 9.
Templo de Famen na província de Shaanxi, construído durante a dinastia Han ocidental (25-220). De acordo com as escrituras budistas, em 272 aC, o rei Asoka da Índia presenteou relíquias de Buda a lugares diferentes com o objetivo de difundir a doutrina budista. Os lugares que recebessem tais relíquias deveriam construir pagodes para guardá-los. Diz-se que, em consequência, foram construídos 84 mil pagodes ao redor do mundo, 19 na China, sendo o templo de Famen o maior deles. O pagode, restaurado em 1987, possui 13 andares (chinaculture.org).
Confucionismo
O confucionismo é um sistema filosófico agnóstico e pragmático, voltado, principalmente, para as relações sociais. Surgiu no século 5 aC e influenciou profundamente os habitantes do leste da Ásia.
É um dos pilares da educação na China. Há séculos é a principal fonte dos valores sociais, morais, éticos e políticos do país. Os chineses podem professar uma religião e, ao mesmo tempo, seguirem o confucionismo. De fato, na China é mais uma doutrina filosófica social do que uma ideologia. Não se trata de uma religião no sentido estrito do termo.
Seu fundador Confúcio (Kong-fu-tzu, 551 aC - 479 aC), um filósofo humanista e educador. Nasceu em Qufu, atualmente na província de Shandong. Seu nome de família era Kong e seu nome pessoal, Qiu, mas ficou conhecido como Kong-fu-tzu ou "Mestre Kong". Confúcio é a versão latina de seu nome. Ele buscava transmitir e renovar conhecimentos dos antepassados, tornando-os conhecidos pelas pessoas comuns e não apenas pelos aristocratas. Muitos de seus textos foram, na verdade, escritos por seus pupilos depois de sua morte.
O confucionismo prega cinco virtudes essenciais: o amor entre as pessoas, o cumprimento das regras sociais, a justiça, a sabedoria e sinceridade desinteressadas e o respeito à vontade do Céu ou "tian". Confúcio tinha uma regra de ouro: não faça aos outros o que não deseja que os outros façam com você.
As Cavernas de Mogao em Dunhuang, província de Gansu, também conhecidas como as cavernas dos mil budas. Foram esculpidas ao longo de mil anos, desde o século 4, nas encostas da montanha de Mingsha com cinco andares e 1,6 km de comprimento. São conhecidos 492 santuários budistas com estátuas e afrescos. Fazia parte da Rota da Seda e está incluído na lista da Unesco como Patrimônio da Humanidade desde 1987 (foto ChinaCulture.org).
Pagode budista de Longhua, em Shanghai. Construído em estrutura octogonal de madeira e alvenaria, com sete andares, em data desconhecida (chinaculture.org).
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